A Polícia Civil de Pernambuco realizou na tarde desta quinta-feira (22) uma coletiva de imprensa na sede Administrativa do órgão, localizada no bairro da Boa Vista, Recife. O motivo foi o de dar maiores informações sobre a Operação Ratatouille, que investiga fraudes no fornecimento de merendas para escolas municipais do Cabo de Santo Agostinho na gestão do ex-prefeito Vado da Farmácia (2013-2016). Mais de R$ 113 milhões em contratos são investigados por irregularidades.
Na ocasião, foi revelado a identidade dos envolvidos nos esquemas de crimes licitatórios, desvios de recursos públicos e lavagem de dinheiro. O nome do atual secretário de Planejamento e Gestão de Ipojuca, Paulino Valério, que a época foi secretário de Logística do Cabo foi citado como possível executor dos crimes de superfaturamento de contrato e lavagem de dinheiro.
Segundo a Polícia, ele apresentou planilhas inconsistentes, que levaram as empresas a receber valores maiores que o devido e tentava mascarar as fraudes e desvios implementados. O valor de R$ 1.091.677,00 foi atribuído a Valério pela Polícia. Também foram encontradas moedas estrangeiras (Euro, Peso, Libra e Dólar).
130 Polícias Civis foram envolvidos na operação. Além de Paulino, mais de 25 pessoas são investigadas. Entre os alvos, Vado da Farmácia e seus dois filhos (Edilson dos Vales Gomes e Wilkemberg dos Vales Gomes), a ex-esposa do ex-gestor, Débora Maria da Costa, os ex-secretários Ronaldo Francisco dos Santos (Assistência Social), Gilson Cabral de Mendonça (Saúde), Adelson Cordeiro de Moura (Educação), Osmãn da Cunha Beltrão Júnior (Obras), José Severino Belo (Turismo), dentre outros.
A operação é realizada pela Polícia Civil em conjunto com o Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE) e Ministério Público de Pernambuco (MPPE).
EMPRESAS INVESTIGADAS
Entre as empresas investigadas está a Casa de Farinha, fornecedora de alimentos para as Secretarias de Educação, Saúde e Assistência Social. É apontada por receber valores por alimentos sem comprovação da entrega (em teses, crime de superfaturamento no contrato – 3 6 anos), tendo entregado frutas e verduras impróprias para o consumo em escolas, carnes de péssima qualidade, misturadas com soja, feijão com fungos em escolas, dentre outros.
EVENTO GOSPEL
Outra irregularidade investigada pela Operação seria a contratação de uma Produtora e Gravadora para a gravação do CD e DVD ao vivo do cantor gospel André Valadão, através de dispensa de licitação. Foi pago a empresa R$ 200 mil, sendo que o mesmo cantor se apresentou em outras cidades, em datas próximas, por valor bem inferior, como R$ 65 mil.