A promoção de agentes da Guarda Municipal de Ipojuca, cujo processo foi iniciado no último mês de setembro, tem sido alvo de diversos questionamentos quanto ao resultado da classificação final e a pontuação de algumas candidaturas.
Neste processo seletivo interno, estão sendo ofertadas a ascensão na carreira de 44 agentes, sendo 22 promoções pelo critério de antiguidade e igual número tendo o merecimento como requisito. E é neste último que, segundo os servidores, encontram-se as supostas irregularidades.
Existe uma desconfiança por parte destes profissionais que a comissão do processo seletivo, formada por cinco membros e presidida pelo diretor administrativo da Secretaria Municipal de Defesa Social, esteja favorecendo agentes ligados à gestão municipal.
Completam o comitê avaliador o comandante da GM, que exerce a função de vice-presidente, o corregedor, que atua como secretário, além do subcomandante e o representante do sindicato.
“Alguns integrantes da comissão, inclusive, participaram do processo e se autoavaliaram, o que gera por si só um conflito de interesse”, afirmou um agente em contato com a TV Ipojuca. O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) chegou, inclusive, a ser acionado para apurar o caso.
Todas estas promoções estão fundamentadas na lei municipal de número 1.867 de 2017, que estabelece a nova estrutura administrativa e funcional da Secretaria Municipal de Defesa Social e o novo estatuto da Guarda Municipal.
Algumas funções, por exemplo, tem como critério o comportamento, não contar com mais de cinco faltas injustificadas no serviço por ano, apresentação de certificados e diplomas de realização de cursos, palestras e seminários e se submeter a uma avaliação de desempenho pelo chefe imediato.
Este último quesito também está sendo contestado. “Muitos tiveram todos os itens bem-avaliados pelo chefe imediato, mas a pontuação dada pela comissão do processo não foi a máxima, o que resultou na desclassificação de muitos candidatos. Além disso, o espelho de pontuação de todos os participantes não foi divulgado como em processos anteriores, sendo disponibilizado apenas o individual de cada candidato”, ressaltou o servidor.
“As respostas aos nossos questionamentos são muito vagas. Não queremos favorecimento e sim maior transparência no processo, pois quem perde, caso não haja lisura nesta seleção é a população, que terá na linha de comando da Guarda Municipal profissionais não tão qualificados”, finalizou.
Foto: Jack Nicholson