Depois de demitir cerca de 800 pessoas entre os dias 1º e 12 de dezembro, os estaleiros Atlântico Sul e Vard Promar, que ficam no Complexo Portuário de Suape, em Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife (RMR), ainda devem desligar mais de 100 funcionários até o fim deste ano. A informação foi repassada pelo Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Pernambuco (Sindimetal).
Entre os dias 1 e 11 de dezembro, o Estaleiro Atlântico Sul (EAS) demitiu cerca de 300 pessoas, e na última quarta-feira (12), mais 500 funcionários foram desligados. A assessoria do EAS confirmou apenas as 500 demissões e disse que os motivos serão esclarecidos através de uma nota divulgada na próxima segunda-feira (17).
Já o Estaleiro Vard Promar teria demitido cerca de 90 pessoas no início de dezembro. “Mas eles (representantes dos estaleiros) já formalizaram que até o final do ano querem ficar com um número entre 100 e 150 funcionários”, contou Henrique Gomes, presidente do Sindimetal. O VardPromar emprega cerca de 300 pessoas atualmente, enquanto o Atlântico Sul, cerca de 2 mil.
Contando com os dois estaleiros, o número de demissões de funcionários em 2018 chega a quase 1.700, de acordo com o Sindmetal. “Eles justificam as demissões com as incertezas de novos contratos e falta de demanda para construção de navios. Mesmo que batam o martelo para um novo empreendimento, são pelo menos seis meses na elaboração do projeto”, explicou Henrique Gomes.
Uma das expectativas de melhora situação é um novo empreendimento para o Estaleiro Vard Promar, que disputa um certame para a construção de quatro navios corvetas para a Marinha do Brasil. “São oito anos de construções e grandes desafios. O resultado sai no dia 22 de março e seria muito importante para a geração de emprego no estado”, disse Gomes.
Direitos trabalhistas
De acordo com o presidente do Sindimetal, todos os direitos trabalhistas dos funcionários demitidos, incluindo multas, estão sendo pagos. “Pelo menos por enquanto está tudo certo, mas a gente fica muito apreensivo. Por causa das incertezas, os trabalhadores acabam ficando desconcentrados e podem até sofrer acidentes de trabalho”.
Fonte: Portal OP9