Com o objetivo de chamar a atenção da sociedade e de profissionais de saúde para o enfrentamento à violência doméstica, o Hospital Dom Helder Câmara, no Cabo de Santo Agostinho, vai realizar em agosto, mês de conscientização pelo fim da violência contra a mulher, palestras e ações educativas para familiares, acompanhantes e profissionais da unidade.
A programação do hospital conta com palestra da delegada da mulher do Cabo de Santo Agostinho, Maria do Socorro Veloso, para falar sobre a Lei Maria da Penha, tipos de violência doméstica e medidas protetivas. Já a Secretaria da Mulher do Cabo vai realizar uma roda de diálogo para conversar sobre os tipos de abuso e a importância de criar coragem para denunciar. Vai, ainda, fazer abordagens individuais de pessoas na sala de espera do hospital para a entrega de material educativo.
“Recebemos muitas pacientes vítimas de violência doméstica, mas que têm vergonha ou medo de denunciar o companheiro, seja por dependência financeira, emocional ou, pior, por temer a própria vida ou a de seus familiares”, relata Rita Bastos, diretora de multidisciplinar do Dom Helder.
No primeiro semestre deste ano, o hospital realizou 47 notificações de violência contra a mulher às autoridades como Polícia Militar, Ministério Público e Secretaria de Saúde, além de articular os seus acolhimentos com as secretarias e os centros de referência da mulher. “As unidades de saúde são porta de entrada dessas vítimas e o trabalho da equipe do hospital para identificar casos de abuso e realizar essas notificações salva vidas porque muitas vezes já prestamos o primeiro atendimento de suporte logo no hospital”, explica Walkiria Alves, secretária da mulher do Cabo.
Com 479 casos de violência contra a mulher entre janeiro e junho de 2022, segundo informações da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco, o Cabo de Santo Agostinho é 5º município do Estado que mais vitimiza mulheres. Já Pernambuco, o estado do Nordeste que mais agride mulheres, resgistrou 19.889 casos de agressão no último semestre.
“Nossa intenção é orientar as usuárias quanto à rede socioassistencial nos municípios, como forma de contribuir com o acolhimento às mulheres vítimas de violência, além de orientar os profissionais quanto às ações que precisam ser realizadas ainda nas unidades de saúde para orientação e notificação dos caso”, finaliza Mariana Santos, coordenadora do Serviço Social do Hospital Dom Helder Câmara.