Oito dias depois de levar uma multa de R$ 50 mil por poluição atmosférica, a Refinaria Abreu e Lima (RNEST), em Ipojuca, foi autuada novamente, nesta quinta (18) pela Agência Pernambucana de Meio ambiente (CPRH). Segundo órgão, desta vez, ficou constatada uma alteração na qualidade do ar. A CPRH vem recebendo denúncias de problemas na qualidade do ar feitas por moradores de prédios no entorno da refinaria.
De acordo com os resultados do relatório de qualidade do ar, a CPRH identificou que a refinaria emitiu concentrações altas de sulfeto de hidrogênio.
“Trata-se de um gás incolor, de odor forte, que afeta o bem-estar das pessoas. A refinaria é reincidente na causa do problema e, por isto, foi lavrado novo auto “, explicou o Diretor de Controle de Fontes Poluidoras da CPRH, Eduardo Elvino
A autuação foi feita após a agência constatar alterações em parâmetros internacionais de emissão de gás sulfídrico. “Foram registrados picos fora do limite permitido, ao longo de dez dias”, afirmou.
Ele explicou que o monitoramento segue padrões americanos, já que o Brasil não dispõe de normas para fazer esse tipo de aferição.
“O comitê americano diz que o limite de emissão desse tipo de gás é de 11,25 microgramas por metro cúbico de material expelido. Chegamos a registrar 34 microgramas por metro cúbicos de material expelido”, declarou Elvino.
De acordo com ele, a autuação foi definida em virtude de a refinaria de ultrapassado o limite de emissão da substância em dias seguidos.
A partir desse índice, as pessoas começam a sentir o odor que sai da refinaria, de acordo com o gestor da agência. “Com a exposição prolongada, é possível que apareçam problemas de saúde”, comentou.
Além da autuação, a CPRH prepara uma nova multa para punir a refinaria mais numa vez. “Como houve reincidência, estamos avaliando o valor”, declarou.
Além disso, a agência estuda outras medidas, de imediato, para impor aos responsáveis pela empresa. “Podemos inclusive exigir que eles adotem a produção de petróleo com menos enxofre”, informou.
A partir de agora, as emissões serão medidas diariamente. “A refinaria terá 20 dias para fazer a defesa administrativa”, disse Eduardo Elvino.
Ele ressaltou que os outros parâmetros de emissão de gases estão de acordo com as normas internacionais.
Com informações do G1