RIO DE JANEIRO (Reuters) – A greve geral realizada nesta sexta-feira para protestar contra as reformas trabalhista e da Previdência teve como ponto principal a adesão dos trabalhadores dos transportes públicos e manifestações e bloqueios em importantes vias de diversas cidades do país.
O movimento foi marcado também por confrontos violentos, que começaram logo cedo e atingiram seu pico no início da noite, no Rio de Janeiro, onde pelo menos oito ônibus foram incendiados, com carros e lojas depredados. Em São Paulo, houve tumulto em frente à residência do presidente Michel Temer, que estava em Brasília. [nL1N1I02D8]
Segundo as centrais sindicais, além dos funcionários dos transportes públicos, também aderiram à paralisação portuários, aeroviários, professores, petroleiros, metalúrgicos e bancários, entre outros trabalhadores.
“Acho que essa greve tinha que ter parado tudo e ninguém vir. A reforma trabalhista não tem que ser como eles estão querendo fazer e a reforma da Previdência também, a gente morre e não aposenta”, disse Lurdes da Silva, auxiliar de limpeza em São Paulo, de 51 anos, que teve problemas para pegar o trem a caminho do trabalho.
Mas a paralisação não foi unanimidade. Várias pessoas que tentavam chegar a seus locais de trabalho reclamavam da falta de transporte.
“Greve? Eu preciso trabalhar. O pessoal está com medo é de perder o emprego, a gente que tem trabalho tem mais é que agradecer todo dia”, disse Michelle Barbosa, funcionária de uma padaria que abriu normalmente no centro do Rio.
Os serviços de metrô, trem e ônibus de São Paulo estavam paralisados no início da manhã, apesar de decisões judiciais obtidas pela prefeitura e o governo do Estado que determinavam o funcionamento de ao menos um percentual do sistema de transporte coletivo, sob pena de multa em casos de descumprimento.
O metrô voltou a funcionar parcialmente ao longo da manhã, assim como os trens urbanos. Os ônibus não estavam circulando, com exceção dos micro-ônibus que prestam serviços locais.
Fonte: Reuters Brasil