Foi realizada na tarde desta quarta-feira (09) a reconstituição da morte do guarda municipal Valmir Lopes da Silva, 35 anos. Ele, que era servidor da Prefeitura do Ipojuca desde 2013, tendo atuado na Unidade de Respostas Especiais (URE), morreu no último dia 12 de setembro na Vila do Estaleiro, Ipojuca-Sede.

Lopes chegou a ser socorrido para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), localizada há poucos metros de sua residência, na Quadra 26, próximo ao condomínio Muro Alto, local onde foi atingido por um disparo de arma de fogo, mas não resistiu aos ferimentos e veio à óbito na UPA.  

Desde então uma das linhas que vinha sendo trabalhadas era a de suicídio, o que é contestado por alguns de seus familiares. “Não acreditamos que ele tenha se suicidado. Esperamos, com essa reconstituição, que os fatos sejam devidamente esclarecidos e que seja feita justiça”, afirmou Valquíria Lopes, irmã de Valmir. Ela, que acompanhou a reconstituição junto com outros familiares, foi ouvida pela polícia na manhã de hoje.

A advogada Malba Vasconcelos, que representa a então companheira de Valmir, Jacicleide de Barros da Rocha, também Guarda Municipal, falou com a reportagem da TV Ipojuca. Ela (Jacicleide) estava presente no momento em que ele foi atingido por um tiro.

“Estamos colaborando de todas as formas com o trabalho da Polícia, mas, não temos dúvida de que o resultado da investigação, que, acreditamos sair em até 30 dias, apontará suicídio. Minha cliente está bastante abalada, pois são duas perdas. A do marido e a sua reputação que infelizmente está sendo maculada, pois estão fazendo ilações infundadas sobre situações que não ocorreram. Ela passou oito meses afastadas de suas atividades e está tentando recomeçar a vida depois de uma tragédia”, relatou a advogada, afirmando ainda que Valmir era uma pessoa ciumenta e que pouco antes dele ter se suicidado, o casal, que estava no mesmo cômodo no momento, tinha brigado.

Na vizinhança, os relatos são de um vizinho tranquilo e bastante querido. “Era uma boa pessoa. Nunca soube de algo que maculasse a sua conduta”, descreveu Iolanda Bento, técnica de enfermagem cujo filho mora na mesma Rua que Valmir morou. Ela estava trabalhando na UPA de Ipojuca no dia de sua morte.

“Eu era uma das enfermeiras que estavam na sala vermelha da Upa de Ipojuca quando ele deu entrada. Chegou agonizando, ainda com vida, os médicos fizeram de tudo para reanimá-lo, mas infelizmente ele veio à óbito”, afirmou Iolanda.

Entre os profissionais que estiveram presentes na reconstituição realizada nesta quarta-feira (09), a conceituada perita criminal do Instituto de Criminalística de Pernambuco, Drª Vanja Coelho, que já atuou em casos de bastante repercussão no Estado, como a polêmica morte do empresário Paulo Cesar Morato, morto por envenenamento em um hotel em Olinda em 2016 e do assassinato, em 2019, do empresário Mário Gouveia, dono de um parque aquático em Aldeia.

Ela, porém, saiu sem falar com a imprensa, e afirmou não estar autorizada a se manifestar. O delegado Ney Luiz Rodrigues, titular da Delegacia de Ipojuca, também não concedeu entrevista, afirmando apenas que aguardará o resultado da perícia para concluir o inquérito, não estipulando prazos para a sua conclusão.