MTST realiza protestos em frente à prefeitura do Recife e Ministério da Fazenda

Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) realizam, na manhã desta terça-feira, uma manifestação em frente à Prefeitura do Recife, na Avenida Cais do Apolo, área central do Recife. Mais cedo, o MTST promoveu outro ato em frente ao prédio do Ministério da Fazenda, na Avenida Alfredo Lisboa, área central do Recife. De acordo com a coordenadora do movimento, Jô Cavalcanti, cerca de 150 pessoas das ocupações Pocotó, Carolina de Jesus e Vila dos Pescadores, no Bode, participaram da manifestação.

Nesta terça-feira, representantes das famílias que ocupam o Túnel Augusto Lucena, em Boa Viagem, têm a uma reunião marcada com a Prefeitura do Recife. O objetivo é negociar uma solução para os moradores da comunidade do Pocotó, que podem ser removidos a qualquer momento do local e alegam não ter outra alternativa de moradia. Na quinta-feira passada, terminou o prazo dado pela Justiça para que a Comunidade Pocotó deixasse o local. A retirada foi pedida à Justiça pela prefeitura que aponta que a presença das casas pode representar riscos ao túnel. As 40 famílias ainda não sabem para onde ir e temem viver na rua.

Os atos fazem parte de uma mobilização nacional por emprego e moradia. ” Estamos enfrentando uma situação econômica grave, de grande desemprego e reivindicanos a retomada do Programa Minha Casa Minha Vida. Escolhemos esse órgão onde entra e sai dinheiro para pedir investimentos que gerem trabalho e tragam habitação, que são nossos direitos”, pontou Jô.

Segundo ela, apenas o Recife possui um déficit habitacional de cerca de 7.500 famílias, número que aumenta a cada dia e com obras de conjuntos habitacionais interrompidas. Jô alertou ainda para   a situação das ocupações Carolina de Jesus, em negociação com o governo do estado e Pocotó e Vila dos Pescadores, em processo de reitegração e sem altenativas de relocação.

Confira a nota sobre a mobilização nacional:

Neste dia 19 de setembro o MTST sai às ruas de todo o país em mobilização. Estamos em luta por Teto, diante do congelamento dos programas habitacionais. Estamos em luta por Trabalho, num país em que o exército de desempregados já supera 14 milhões de pessoas.

A política do Governo ilegítimo de Temer joga a conta da crise nos mais pobres. Com o aumento do desemprego, agrava-se ainda mais o problema da moradia, já que milhares de pessoas ficam sem condições de pagar aluguel no final do mês. Isso fica evidente com o crescimento das ocupações de sem-teto em todo o Brasil.

O Programa Minha Casa Minha Vida Entidades continua com seus recursos contingenciados. Mesmo após acampamento de 22 dias do MTST na Avenida Paulista, em março; mesmo após inúmeras mobilizações em todo o país; mesmo após o compromisso do governo em retomar as contratações, o fato é que nenhuma nova moradia foi contratada este ano pelo Programa.

Dizem que não há recurso. Ora, foram R bilhões em emendas parlamentares para que os deputados salvassem Temer em agosto. Só na mala de Geddel havia R milhões, sem contar as outras malas. Somando estes valores seria possível construir mais de 45 mil moradias para o povo brasileiro. Dinheiro tem, só precisa ser destinado a quem precisa.

Por isso, tomamos as ruas mais uma vez, ocupando e resistindo. Exigimos da dupla Temer/Meirelles a liberação imediata dos recursos para contratação das 35 mil moradias previstas no Orçamento de 2017 para o Minha Casa Minha Vida Entidades. E exigimos ainda a ampliação destes recursos para o Orçamento de 2018, garantindo o atendimento de milhares de famílias sem moradia.

Hoje nos mobilizamos em 10 capitais brasileiras por nossos direitos. Seguiremos nas ruas, por Teto, Trabalho e por nossos direitos. 

DP

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