Os médicos do sistema municipal de saúde do Recife realizaram uma paralisação nesta quarta-feira (18), dia de São Lucas, santo padroeiro da medicina, reivindicando melhores condições de trabalho, mais segurança e reajuste salarial. O ato aconteceu na sede da prefeitura, no Cais do Apolo, no Bairro do Recife. Os serviços serão normalizados na próxima sexta-feira (20).
A categoria se reúne em assembleia na próxima terça-feira (24) para definir os próximos passos do movimento. A paralisação atinge todas as unidades de serviços ambulatoriais. As emergências, urgências e maternidades continuam funcionando.
“Neste Dia do Médico, não temos muito que comemorar. Ainda sofremos com postos de saúde sem condições ideais de funcionamento, falta de reajuste para a categoria, falta de segurança para o trabalho, escalas de trabalho deficitárias, entre outros problemas”, reclamou o presidente do Sindicato dos Médicos de Pernambuco, Tadeu Calheiros. “Não falta diálogo com a gestão municipal e sim uma proposta efetiva”, finalizou.
Procurada pela reportagem da Folha de Pernambuco, a Prefeitura do Recife (PCR), enviou nota de esclarecimento, explicando que está sensível ao apelo das categorias. Além de ter se colocado aberta à negociação com todos os servidores municipais desde fevereiro deste ano, quando foi realizada a primeira das sete mesas gerais de negociação salarial.
Como quarta proposta apresentada aos servidores, a PCR ofereceu abono salarial de R$ 600 para as jornadas de 8 horas, proporcional para as demais jornadas; reajuste de 16,13% no vale refeição, passando de R$ 15,50 por dia trabalhado, para R$ 18.
Além da proposta de reajuste de 2%, condicionada à redução do custo da folha salarial do município para 48% da receita. Ainda de acordo com a nota, a proposta também contempla a manutenção das mesas setoriais de negociação, onde cada categoria pode apresentar suas demandas específicas.
Dados
De acordo com a Prefeitura, atualmente, a Rede de Saúde do Recife tem 1.149 médicos. Desde 2013, foram nomeados 747 médicos com a proposta de fortalecer o atendimento na Rede de Atenção, inclusive com a recomposição das escalas.
Por fim, sobre a estrutura das unidades de saúde, a PCR esclareceu que “no período de 2013 a 2016, foram requalificadas 112 unidades de saúde, com investimento da ordem R$ 12 milhões. Mais 24 unidades de saúde estão em processo de requalificação, com previsão de R$ 4,4 milhões de investimento”.