Governo de PE recomenda evitar banho em praias com óleo visível

O governo de Pernambuco recomendou que a população evite banho de mar apenas em praias onde a mancha de óleo, que atinge 233 localidades do Nordeste desde o dia 30 de agosto, ainda esteja visível. Biólogos defendem o fechamento imediato das faixas do litoral afetadas até que se faça uma análise química completa da água poluída.

Já foram recolhidas 958 toneladas do produto no litoral pernambucano. A bióloga Mariana Guenther, professora do Instituto de Ciências Biológicas da UPE (Universidade de Pernambuco), diz que, mesmo sem mancha visível, as pessoas não devem entrar na água.

Ela explica que o material é altamente tóxico e uma parte dele está sedimentado no fundo do mar. “Os locais precisam ser interditados até que se faça uma análise da água”, diz.

Ela declarou que os exames que indicam o índice de balneabilidade das praias, comumente feitos por órgão ambientais, não se aplicam a este caso. A pesquisadora diz que, nestas análises, são levadas em consideração apenas a contaminação da água por coliformes, normalmente oriundos de esgotos.

Mergulhadores localizaram petróleo no fundo do mar e incrustado a recifes de corais na praia do Cupe, vizinha a Porto de Galinhas, maior destino turístico do estado.

O biólogo Clemente Coelho Júnior, também professor da UPE (Universidade de Pernambuco), afirmou que é preciso atuar com rapidez. “Qualquer governo com bom senso já teria interditado os lugares contaminados. Importante lembrar que não se trata mais de voluntários. São vítimas.”

Ele defendeu uma medida mais eficaz dos governos federal e estadual para proteger a população.

“Não se pode esperar. Precisa fechar as praias até que se faça a análise completa. Chama-se princípio da precaução. Benzeno e hidrocarbonetos estão lá entrando na pele e pulmão das pessoas”, afirmou.

Ele alegou que em praias com águas mais calmas, a exemplo de Carneiros, no litoral sul de Pernambuco, onde petróleo em grande quantidade foi removido na semana passada, a probabilidade de contaminação é maior ainda.

Ao passar pelo processo de decomposição, o material poluente também libera gases tóxicos que podem contaminar as pessoas pelas vias aéreas.

“Para manipular o produto, por exemplo, é preciso usar máscaras com filtros. Os gases são muito voláteis, principalmente, nesta temperatura bastante elevada que temos aqui”, disse Mariana Guenther.

O secretário André Longo destacou nesta quarta-feira (23) que as pessoas também precisam evitar praias que ainda registram óleo na areia. “Se houver óleo na areia, evitar o contato com óleo ali na areia”, disse.

Ainda nesta quarta-feira, o governo federal reconheceu situação de emergência na cidade de São José da Coroa Grande, no litoral sul de Pernambuco, em decorrência do vazamento de óleo.

Fonte: Diário de Pernambuco

Foto: Tarciso Augusto

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