Um grupo de cinco estudantes do 1º ano da Escola de Referência em Ensino Médio de Ipojuca, ganhou destaque nacional por uma descoberta importante. Eles desenvolveram um aromatizante e larvicida à base de canela e hortelã com capacidade de combate ao mosquito Aedes aegypti com mais eficácia do que repelentes industrializados.⠀
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O projeto é finalista do Prêmio Respostas para o Amanhã, iniciativa global da Samsung. Com o título de “Análise do efeito de plantas medicinais para a produção de Biorepelente em difusor elétrico e larvicida orgânico no combate a mosquitos hematófagos”, o projeto ficou entre os dez finalistas da iniciativa.⠀
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Os resultados da equipe formada por Beatriz Cruz, Beatriz Xavier, Carlos Cauã, Gilberto Neto e Thafynys Melo mostram que a combinação dos óleos essenciais das plantas hortelã-pimenta e canela ajudam a eliminar larvas e mosquitos em 30 minutos. Já inseticidas industriais levam horas.⠀
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“Estudamos plantas medicinais da região que demonstrassem eficiência suficiente para não ser necessário o acréscimo de produtos químicos e tóxicos que poderiam comprometer o meio ambiente e a saúde humana. Não encontramos registro científico desse resultado; é algo inovador a ser estudado pela comunidade científica”, contou Carlos José de Souza Júnior, professor de Matemática do grupo selecionado.⠀
Para a descoberta, foram necessárias adaptações em meio à pandemia do novo coronavírus, respeitando as orientações de distanciamento social. Cada um dos cinco estudantes do projeto recebeu em casa um kit de laboratório reciclado, confeccionado com material de papelão, isopor e madeira MDF.
Para captar os óleos essenciais das plantas, também foi desenvolvido um destilador de arraste a vapor sustentável para cada um dos participantes do projeto, utilizando tubos PVC 40, madeira e chapas de alumínio reaproveitada, garrafas PET, mangueiras de nível, motor DC 9V de impressora ou aparelhos de DVD, conectores e pilhas.
“O nosso maior desafio foi levar o ensino para a casa do aluno, mantendo nosso foco em sustentabilidade. Assim, também desenvolvemos uma utilização mais segura do biorrepelente, que não pode ser colocado na pele humana devido ao risco de reações alérgicas. Nossa solução foi utilizá-lo em um aromatizador de ambiente capaz de repelir os mosquitos”, explicou o professor.
Carlos José também explanou que, no processo, foi criado um difusor elétrico sustentável, utilizando carregadores de celulares em desuso com uma tensão a partir de 5V e de 1,5A, latinhas de alumínio de refrigerantes ou desodorante aerossol, fio de níquel cromado para a resistência e estanho para soldagem e algodão.
“Com a proposta de combate ao Aedes aegypti utilizando produtos de fácil acesso em todas as etapas, o projeto vindo de Ipojuca atende importantes Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) indicados pela Organização das Nações Unidas e que são incentivados pelo Prêmio Respostas para o Amanhã, promovendo educação de qualidade, oportunidade de aprendizagem, soluções sustentáveis e incentivo a uma vida saudável”, afirmou a gerente de Cidadania Corporativa da Samsung Brasil, Isabel Costa.
Todos os 10 contemplados, entre eles o projeto de Ipojuca, já estão recebendo mentoria online desde setembro, quando foram definidos os 20 semifinalistas, e continuarão com esse apoio contínuo no desenvolvimento da proposta até o anúncio dos vencedores, em 19 de novembro.
De Pernambuco, além deste projeto, outros dois também estão na final do prêmio: “Materiais a base de grafeno sintetizados eletroquimicamente para remoção de corantes têxteis usados no polo de confecção do Agreste Pernambucano”, do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE Campus Recife), e “Revestimento em ovos de granja a partir do amido do arroz vermelho”, da Escola Dário Gomes de Lima no município de Flores, no Sertão.
Nesta edição, o programa atraiu 1.749 estudantes, 997 professores e 303 escolas públicas diferentes somente nesta sétima edição brasileira.
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Via Folha PE