Não foi só o etanol que ficou mais competitivo com as altas e baixas da gasolina. O gás natural também ganhou força diante da nova política de preços da Petrobras. Por isso, só nos oito primeiros meses deste ano, ganhou mais de 1,5 mil usuários em Pernambuco. O número é maior que o registrado em todo o ano passado e gerou um aumento de 8% nas vendas do Gás Natural Veicular (GNV) da Companhia Pernambucana de Gás (Copergás), que já é a maior vendedora de gás natural do Nordeste e a quarta maior do País.
“O preço do gás natural é bastante competitivo no segmento veicular devido aos aumentos da gasolina. Para ter uma ideia, uma pessoa que percorre em média 100 quilômetros por dia pode alcançar uma economia mensal de R$ 500 com o GNV.
Então, temos tido um aumento de consumo significativo”, revelou o diretor técnico comercial da Copergás, Jailson Galvão. Ele explicou que, enquanto o litro da gasolina é vendido por cerca de R$ 3,90, o metro cúbico (m³) do gás natural custa aproximadamente R$ 2,30 no Estado. É como se o quilômetro rodado com gasolina custasse R$ 0,36 para o motorista e o com GNV, R$ 0,17. Por isso, o gás acaba sendo 53% mais econômico.
Além disso, o GNV se apresenta como uma solução sustentável. “Mesmo sendo um combustível hidrocarboneto, o gás deixa menos resíduos que qualquer derivado do petróleo porque tem uma melhor queima”, disse Galvão, explicando que o produto é encontrado na natureza, seja nos campos de petróleo ou em áreas isoladas, e passa por um redutor de pressão para ser disponibilizado para consumo. Em Pernambuco, o gás provém da Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro, mas é tratado nas 68 estações ou subestações da Copergás. E ele não compromete a potência do veículo, diz Galvão. “O gás ainda é menos corrosivo. Por isso, possibilita uma maior vida útil ao motor”, disse.
Por tudo isso, a companhia quer continuar ampliando o consumo do gás no Estado. A Copergás está até oferecendo descontos para que os proprietários de veículos instalem o kit gás. Hoje, o serviço custa de R$ 4 a R$ 5 mil, mas tem um abatimento de R$ 1 mil nas cinco convertedoras cadastradas pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) no Estado. O incentivo vai até o fim do ano, mas a Copergás já avalia a manutenção do programa em 2018. Afinal, com o aumento da procura do gás e a consolidação de outros mercados, o faturamento da empresa está crescendo em plena crise econômica. Em 2016, lucrou R$ 1,139 bilhão, o melhor resultado dos seus 23 anos de atuação.