Nesta terça (13), a partir das 8h, na Ilha de Cocaia, no Cabo de Santo Agostinho, acontece a Festa da Ouriçada, cujo o objetivo abraçar a Ilha que integra o ecossistema estuarino e do bioma do manguezal, fonte de renda e de soberania alimentar das marisqueiras e pescadores artesanais de Suape-PE que está em risco.
Tradicionalmente a festa é realizada há cerca de 30 anos, atentado, dessa vez, vem por meio de um projeto da mineradora Bemisa que inclui a construção de um Terminal de Uso Privado (TUP) na ilha a fim de escoar o minério extraído no Piauí. A própria instalação da via férrea -Transnordestina Pernambucana — igualmente impactará várias comunidades.
A ação configura uma violação aos direitos das comunidades tradicionais, que conforme atesta Artigo 6 da Convenção n.169 da OIT, devem ser consultadas quando existirem projetos sucetíveis de afetá-los diretamente. O que não aconteceu. Além disso, a forma como se encaminharam as decisões caracterizam racismo ambiental perpetrado pelo Governo do Estado em relação às comunidades.
Este ano, a comunidade local resiste, e planeja dizer um firme e vibrante não ao Minério de Ferro que vai destruir a flora, fauna e os modos de vida das comunidades tradicionais, bem como afetar toda a cadeia do turismo e do comércio local.
A forma encontrada, inicialmente, foi a composição coletiva de uma Ciranda (infinita) e um convite para que parte da ancestral festa da Ouriçada, seja dedicado à dança que culmina num abraço coletivo à amada Cocaia.